os 4 compromissos na consultoria de estilo pessoal

tem sido um grande aprendizado tentar exercitar os 4 compromissos na vida toda, relacionar essas ideias com práticas de dia a dia — no trabalho, em relacionamentos, no jeito de tocar as coisas todas. cada um desses compromissos tem sabedorias e sutilezas próprias e, por mais impactantes que sejam esses enunciados, ler no livro o desenrolar de cada um deles faz tudo crescer, com ainda mais sentido — recomendo especialmente pra quem trabalha com gente, pra quem tem um trabalho que se aproxima da intimidade das pessoas (mesmo sem profundidade... né!), como é o trabalho de personal stylist, o nosso fazer em consultoria de estilo pessoal.

tento aqui conectar o que mais me impacta em cada um desses 4 compromissos com a nossa área de atuação, com o fluir do nosso trato com clientes. e quanto mais estudo esse conteúdo, mais convicção tenho do benefício que ele carrega pras nossas vidas: no desenvolvimento das nossas identidades profissionais, no desenrolar prático da condução dos nossos cronogramas, no entendimento das nossas clientes do que é esse nosso fazer profissional. alá:

seja impecável com a sua palavra

tem a ver com a gente ser íntegra e falar, pensar e agir de jeito alinhado — isso é integridade! acho muito difícil porque a gente é ensinada ao contrário a vida inteira, né, tipo “pode pensar, mas não fala nada não, guarda pra você/seja educadinha”, rs. um exercício e tanto escolher palavras sendo impecável, especialmente quando tamos num guarda-roupa totalmente diferente do nosso ou num provador cheio de possibilidades, não? 

falar só do que acredita mesmo, não usar palavra alguma de modo leviano, investigar os sentidos do que a gente escolhe pra comunicar nossas ideias; preparar o que vai entregar pra que seja recebido do melhor jeito, com abertura e até com uma impessoalidade que tira do ~achismo~ e finca o nosso pé na técnica; usar direito essa energia: palavra materializa! e cria circunstâncias que antes era só ideias, antes tava só dentro da gente /na nossa mente mas que, quando ditas, ganham o mundo/a vida real.

o autor diz pra gente “usar corretamente essa energia” e entrega um extra: diz que é pra gente correr de fofoca (ain jesuis) que essa é a energia mais baixa em que a gente pode se enfiar #climão — e a energia da cliente depende da nossa energia: a gente é responsável por administrar como vibra pra que a cliente vibre nessa mesma frequência. é pra estar atenta!

não leve nada pro lado pessoal

o que a cliente acha é sobre ela mesma! e o que a cliente (ou qualquer outra pessoa) acha tem a ver com as crenças dela, com a maneira como foi criada, com como ela entende e vivencia o mundo — opinião não é fato, pro bem e pro mal: não dá pra contar com o que a gente ouve de outra pessoa pra formar nossa própria opinião, e também não dá pra se apoiar no que acham de bom da gente… tem a ver com validação, com firmar a nossa confiança no que a gente tem de essencial dentro da gente mesma, no conhecimento técnico com que a gente conduz a nossa atuação profissional, mesmo que em formação ou ainda com pouca experiência (o que já é uma grande coisa!) — e não em nada do lado de fora. 

valendo pro que a gente acha também: achar que a gente tá lidando com a realidade a partir do que a gente tem de opinião… é uma coisa muito doida. então o que a gente acha da própria aparência ou das próprias escolhas de vestir não necessariamente é fato/realidade; e o que a gente acha do jeito da cliente cuidar do look dela mesma também não é verdade absoluta (especialmente pra clientes com outras experiências com essa mesma moda, com esse mesmo vestir!). é pra se amparar no que é fato, no que é técnica — e não em bomgostismo (que isso sim é pessoal).

não tire conclusões

meu compromisso favorito <3 que orienta a gente a não assumir nada, mas sim perguntar! e conversar com clareza, e explorar tooooodos os temas até que não fique nada em entrelinhas, ou “no ar”, ou desentendido, ou meio explicado. tirar dúvidas em vez de imaginar — que poderia ser fundamento de todas as etapas da consultoria de estilo, né? valendo pra conversas com clientes ou com a gente mesma ;-) e muito muito muito pros comentários que a gente precisa ou quer fazer a cada interação com todo tipo de cliente. 

é sobre cultivar curiosidade pra se manter interessada num mesmo tema até que esse tema esteja pacificado pra gente — sem achar que entendeu e, no meio do caminho, executar alguma tarefa de um jeito torto porque “achou mas não tinha entendido direitinho”.  sem suposição, mas sobrando de pergunta.

dê sempre o melhor de si

o autor lembra que o nosso melhor vai ser melhor ainda a cada dia ou a cada aprendizado :) então fazer o nosso melhor, com essa orientação, tem a ver com não fazer nada menos do que é possível fazer — mas também sem fazer força extra, sem se exaurir, sem colocar esforço a mais. valendo pra horas de trabalho combinadas em cada etapa, pra um cronograma que foi acordado antes mesmo de ser contratado, pra cliente que tem muuuito mais coisas pra resolver do que uma consultoria de estilo dá conta; e também pro que a gente escolhe vestir, pra como escolhe existir na internet, pra como troca com vendedoras, parceiras, fornecedoras, valendo pra como a gente toca a nossa experiência humana.

diz que quando a gente entende o que a gente pode oferecer e entregar focando nesse melhor que é possível fazer (a cada etapa da consultoria, a cada ação, a cada relacionamento, a cada troca), a gente para de competir com as outras pessoas e passa a competir, de um jeito saudável, com a gente mesma: querendo ser melhor a partir de cada nova experiência (quero conseguir! e desejo que todas consigam!).  

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por fim, tem um outro livro desse mesmo autor que chama o quinto compromisso, que eu ainda não li mas que sei que tem a ver com questionar, duvidar, não acreditar em tudo num primeiro momento — dizendo pra gente ser cética mas, ao mesmo tempo, se abrir pro exercício da escuta. pra desapegar de crenças e verdades ~absolutas~ e dizeres muito superficiais, e pra investigar e se aprofundar no que importa pra gente. tem nesse livro a frase “a mentira precisa que a gente acredite nela, mas a verdade não” que me parece ter tuuuudo a ver com esse nosso tempo, não? 

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