Os 4 compromissos

Tempos atrás, num evento de publicitários, vi um palestrante dizer que (hoje) mais importante que agir é reagir — especialmente no exercício das nossas identidades e na construção de reputação. Fiquei pensando que isso vale não só pro trabalho dos publicitários (rs) mas pra tudo que a gente tem vivido na nossa experiência humana, e lembrei na hora do livro os 4 compromissos, de Don Miguel Ruiz, que mora na minha mesa há uns anos pois: consulto e re-consulto sempre.

Cada um desses 4 compromissos tem sabedorias e sutilezas próprias e, por mais impactantes que sejam esses enunciados, ler no livro o desenrolar de cada um deles faz tudo crescer e fazer ainda mais sentido — recomendo demais! compartilho aqui o que entendo de cada um eles, já colocando a relação que faço com toda auto-expressão possível (e levando em conta que esse conteúdo também é especialmente benéfico pra todo mundo que trabalha com gente!). ó:

Seja impecável com a sua palavra

Tem a ver com a gente ser íntegra e falar, pensar e agir de jeito alinhado — isso é integridade! acho muito difícil porque a gente é ensinada ao contrário a vida inteira, né, tipo “pode pensar mas seja educadinha”, rs. Um exercício e tanto escolher palavras sendo impecável, especialmente na construção dos nossos compartilhamentos em internet, não? 

Falar só do que acredita MESMO, não usar palavra alguma de modo leviano, investigar os sentidos do que a gente escolhe pra comunicar nossas ideias, usar direito essa energia: palavra materializa! e cria circunstâncias que antes era só ideias, antes tava só dentro da gente /na nossa mente mas que, quando ditas, ganham o mundo/a vida real.

O autor diz pra gente “usar corretamente essa energia” e entrega um extra: diz que é pra gente correr de fofoca (ain jesuis) que essa é a energia mais baixa em que a gente pode se enfiar. #climão 

Não leve nada pro lado pessoal

O que a outra pessoa acha é sobre ela mesma! E o que a outra pessoa acha tem a ver com as crenças dela, com a maneira como foi criada, com como ela entende e vivencia o mundo — opinião não é fato, pro bem e pro mal: não dá pra contar com o que a gente ouve de outra pessoa pra formar nossa própria opinião, e também não dá pra se apoiar no que acham de bom da gente… tem a ver com validação, com firmar a nossa confiança no que a gente tem de essencial dentro da gente mesma, e não em nada do lado de fora. 

Valendo pro que a gente acha também: achar que a gente tá lidando com a realidade a partir do que a gente tem de opinião… É uma coisa muito doida. Então o que a gente acha da própria aparência ou das próprias escolhas de vestir não necessariamente é fato/realidade; E o que a gente acha do instagram ou do facebook também não é verdade absoluta (especialmente pra outras pessoas com outras experiências com essas mesmas coisas!). 

Não tire conclusões

Meu compromisso favorito <3 que orienta a gente a não assumir nada, mas sim perguntar! e conversar com clareza, e explorar quaisquer temas até que não fique nada em entrelinhas ou “no ar” ou desentendido. Tirar dúvidas em vez de imaginar — que poderia ser fundamento de toooodas as conversas online e offline que a gente tem, nénão? Valendo pra conversas com outras pessoas ou com a gente mesma ;-) e muito muito muito pros comentários que a gente faz ou tem intenção de fazer nas redes sociais. 

É sobre cultivar curiosidade pra se manter interessada num mesmo tema até que esse tema esteja pacificado pra gente, sem achar que entendeu e, no meio do caminho, compartilhar alguma coisa torta porque “achou mas não tinha entendido direitinho”. 

Dê sempre o melhor de si

O autor lembra que o nosso melhor vai ser melhor ainda a cada dia ou a cada aprendizado :) Então fazer o nosso melhor, com essa orientação, tem a ver com não fazer nada menos do que é possível fazer — mas também sem fazer força extra, sem se exaurir, sem colocar esforço a mais. Valendo pro que a gente escolhe vestir, pra como escolhe existir na internet, pra como se relaciona com quaisquer pessoas na vida e no trabalho, valendo pra como a gente toca a nossa experiência humana.

Diz que quando a gente entende o que a gente pode oferecer e entregar focando nesse melhor que é possível fazer (a cada ação, a cada relacionamento, a cada troca), a gente para de competir com as outras pessoas e com a gente mesma (quero conseguir! e desejo que todas consigam!). 

Por fim, tem um outro livro desse mesmo autor que chama o quinto compromisso, que eu ainda não li mas que sei que tem a ver com questionar, duvidar, não acreditar em tudo num primeiro momento — dizendo pra gente ser cética mas, ao mesmo tempo, se abrir pro exercício da escuta. Pra desapegar de crenças e verdades ~absolutas~ e dizeres muito superficiais, e pra investigar e se aprofundar no que importa pra gente. Tem nesse livro a frase “a mentira precisa que a gente acredite nela, mas a verdade não” que me parece ter tuuuudo a ver com esse nosso tempo, não? 

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